quinta-feira, 12 de julho de 2012


O compositor, músico, pianista, regente e professor Tarso Ramos e o grupo Quatro Quartos, criado por ele, homenageiam nos dois próximos dias o compositor. Nesta sexta-feira (13), às 19 horas, no Sesc Santos, ele lança o livro O Homem das Estrelas – vida e obra de Ennio Morricone, com debate sobre a obra do compositor com ocorrerá um bate-papo sobre Morricone com as presenças do autor, além de Tony Berchmans, compositor e autor do livro A música do filme, e do escritor Flávio Viegas Amoreira, autor do prefácio de O Homem das Estrelas.


No dia seguinte, às 20 horas, o quarteto interpreta a obra de Morricone para o cinema no concerto L'uomo delle stelle, com um telão ao fundo, com trechos de filmes musicados por Morricone e imagens do próprio compositor em ação. No programa, A Missão, Sacco e Vanzetti, Ata-me, Malèna, Estamos todos bem, Era uma vez na América, Era uma vez no Oeste e Cinema Paradiso, entre outros.


Tarso Ramos pesquisa a obra de Ennio Morricone desde 1993, quando teve contato com sua música para cinema pela primeira vez. Desde então, o músico passou a colecionar suas trilhas sonoras e sempre teve em seu repertório músicas de Morricone. Em 2005, viajou para Florença, Itália, para assistir ao concerto Morricone Musica per Il Cinema, no Mandela Forum Firenze. Dois anos mais tarde assistiu novamente ao mesmo concerto no Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de conhecer o compositor italiano pessoalmente.

Em duas ocasiões Tarso Ramos teve suas interpretações para a obra de Morricone apresentadas no programa de rádio Bandas Sonoras Originales, em Valência, Espanha. Em 2010 apresentou na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, o concerto Eruditos do Cinema Italiano onde interpretou obras de Morricone, Rota e Piovani ao piano solo.

O livro O Homem das Estrelas – vida e obra de Ennio Morricone abrange a vida particular do compositor romano, seu sucesso, primeiro como arranjador de canções italianas e posteriormente como compositor de trilhas sonoras para o cinema, e suas parcerias com Sergio Leone e Giuseppe Tornatore.
Tarso Ramos apresenta fundamentos para incluir Morricone como um dos maiores compositores da história da música, seu pensamento sobre como compor e aplicar a música no cinema, utilizando como exemplo a trilha de A Missão (1986), além de uma análise de sua obra com detalhes técnicos e exemplos de partituras transcritas pelo autor.

Programa

Concerto Ennio Morricone L’UOMO DELLE STELLE

1. O HOMEM DAS ESTRELAS
2. A MISSÂO (A missão / Ave Maria Guarani / Gabriel’s oboé)
3. CANONE INVERSO
4. O CLÃ DOS SICILIANOS
5. PÁGINAS DA REVOLUÇÃO
6. SACCO E VANZETTI
7. NUMA NOITE, NUM JANTAR
8. ATA-ME
9. MALÈNA
10. ESTAMOS TODOS BEM
11. BAARIA – A porta do Vento
12. O DESERTO DOS TÁRTAROS
13. ERA UMA VEZ NA AMÉRICA
14. TRÊS HOMENS EM CONFLITO
15. QUANDO EXPLODE A VINGANÇA
16. ERA UMA VEZ NO OESTE (Jil’s Theme / The Man with the Harmonica)
17. CINEMA PARADISO (Cinema Paradiso / Enfance et maturitè / Theme d’Amour)

Ennio Morricone
Nascido em Roma no dia 10 de novembro de 1928, Ennio Morricone se tornou um dos compositores mais celebrados do século XX e figura entre os grandes nomes da história da música.

No início da carreira, Morricone revolucionou as trilhas sonoras cinematográficas nos filmes de western dirigidos por Sergio Leone. Suas composições misturavam gritos fortes do coro masculino, guitarras e assobios com o som da orquestra sinfônica. Nesta época se destacam as trilhas de Por Um Punhado de Dólares (1964); Três Homens em Conflito (1966); e Era Uma Vez no Oeste (1968).

Depois desses enormes sucessos de público e crítica, o nome de Morricone começa a aparecer com frequência nas telas do cinema internacional. Entre suas obras primas estão: A Missão (1986) de Roland Joffé, Cinema Paradiso (1988) e Malèna (2001), com seu parceiro Giuseppe Tornattore, e Os Intocáveis (1987) de Brian de Palma.

Sua obra não se restringe ao cinema e, tendo estudado no Conservatorio di Santa Cecilia di Roma com Gofredo Petrassi e frequentado os cursos de Darmstadt de música contemporânea, compôs obras importantes no cenário musical erudito do século XX. Entre suas composições sinfônicas se destacam: Concerto n°1 per Orchestra, Cantata per L’Europa, Cantico del Giubileo e, no campo da música de câmara, Cadenza per Flauto e nastro magnético; Scherzo; Rag in Frantumi para citar algumas.
Entre vários prêmios e títulos acadêmicos que recebeu durante a prolífera carreira, estão o Oscar Honorário de 2007 pelo conjunto da obra e o prêmio Nobel da Música recebido em 2010.

Tarso Ramos
Tarso Ramos nasceu em Santos-SP no dia 23 de novembro de 1979. Iniciou os estudos musicais aos oito anos no CLAM, escola de música do Zimbo Trio, em São Paulo. Estudou piano com Jaime Augusto, em Santos e posteriormente ingressou no Conservatório Souza Lima, em São Paulo. Com Francisco Comélli estudou Composição e Arranjo e na Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES) teve o maestro Modesto Flávio como professor de regência.

Em 2002 tornou-se pianista do Parque Balneário Hotel, em Santos, onde permaneceu por quatro anos. Suas interpretações ao piano solo foram apresentadas no programa de rádio Bandas Sonoras Originales, em Valência, Espanha. Em 2010 apresentou, na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, o concerto de piano solo Eruditos do Cinema Italiano, onde interpretou obras de Nino Rota, Ennio Morricone e Nicola Piovani.

Como compositor ganhou, em 2004, o prêmio especial do Júri no Festival Santista de Teatro Amador (FESTA) com a trilha que escreveu para a peça infantil Água Mole em Pedra Dura...

Em 2007 foi convidado pela orquestra Camerata-SESI de Vitória-ES a escrever os arranjos do concerto Música e Cinema, no qual também atuou como pianista e regente no teatro Carlos Gomes e no teatro do SESI, no Espírito Santo.

Em 2011, se apresentou como músico na Bienal Internacional SESC de Dança e no espetáculo Ácidos Trópicos – uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes, ambos com o Núcleo de Pesquisa do Movimento. No mesmo ano lançou seu primeiro livro: Ciência da Música – da teoria à regência. Em 2012 está lançando seu segundo livro: O Homem das Estrelas – vida e obra de Ennio Morricone. Ministra aulas de música no colégio Jean Piaget, em Santos, onde também fundou a Orquestra Jovem Jean Piaget, e sua atividade como educador musical se estendeu ao trabalho social quando atuou nas Fundações CASA do Guarujá e de São Vicente entre 2009 e 2010. Atualmente cursa o último ano de Licenciatura em Pedagogia na Faculdade Metodista.

Quatro Quartos
A partir da esquerda: Tarso Ramos, Bruno Davoglio,
Robson Peres e Leonardo Mallet
Formado por Tarso Ramos: piano e acordeão; Leonardo Mallet: violino; Robson Peres: viola; e Bruno Davoglio: baixo acústico, o grupo vem repensando a música instrumental brasileira e trazendo a influência da música erudita europeia, do minimalismo norte-americano e do rock inglês para a sonoridade tropical, fazendo uma música que une o ancestral ao contemporâneo, tendo como base para esse conceito, compositores como Ennio Morricone, Arvo Part, Michael Nyman, Philip Glass, John Adams, Steve Reich e o santista Gilberto Mendes, além das bandas Radiohead e The Beatles.

Com uma nova sonoridade, improvisos, consonância harmônica e minimalismo melódico e estrutural, o grupo vem tornando-se conhecido na região da Baixada Santista principalmente por sua originalidade, e já se apresentou nos SESCs de Santos e Bertioga.

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