domingo, 30 de janeiro de 2011

Alessandro Atanes

O poeta Marcelo Ariel compartilhou uma resposta ótima que Roberto Bolãno deu em uma entrevista e lembrei que escrevi uma vez (aqui) sobre como ele e o próprio Bolaño se utilizam de sonhos como matriz narrativa, usuaulmente com escritores ou artistas neles.
Exemplo:

...Sonho com Chet Baker fumando um cigarro
na sacad...a do hotel, antes de cair,
com minha mãe morta me acordando,
sonho que não existo,
sonho com Baudelaire e dizendo que:
A vida humana vale menos do que uma fábula de Akutagawa.
Sonho que Bogart e Camus são a mesma pessoa,
sonho que Miles e Coltrane estão tocando com os Beatles,
sonho que Jorge de Lima está lendo A invenção de Orfeu
para Brian Wilson,...

Marcelo Ariel, Tratado do Anjos Afogados; LetraSelvagem, 2008.

Ou:
13. Sonhei que lia Stendhal na Estação Nuclear de Civitavecchia: uma sombra deslizava pelas paredes dos reatores. É o fantasma de Stendhal dizia um jovem com botas e nu da cintura para cima. E tu, quem és?, perguntei. Sou o junkie da cerâmica, o hussardo da cerâmica e da merda toda, disse.

Tradução Alessandro Atanes, a partir de:
Roberto Bolaño. Tres. Barcelona, Espanha: Acantilado, 2000.

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