quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Marcelo Ariel, Cancelando o TEATROFANTASMA




em Avatar de James Cameron o duplo é uma camada do Real, existe ali uma amplificação do não-ser através de um sagrado que é todo alteridade projetado na natureza, uma amazônia redimensionada para a dimensão planetária mas não apenas como uma metáfora ecológica, trata-se de uma resignificação da floresta do King Kong de Peter Jackson onde o fulgor neo-panteísta está no lugar do pânico do não-lugar, poderíamos falar em Spinoza dentro de Pocahontas, Jorge Coli em um artigo recente falou com razão em uma ligação ôntica com Iracema de José de Alencar. O fato é que Avatar nada tem de simplório ou ingênuo e possui muitas camadas de significação, a mais visível é essa onde o duplo se torna um lugar para o ser-em-si.

1 comentários:

  1. O filme Avatar é uma fábula ecológica, utilizando o politicamente correto para contá-la. É recheado de criches (levando em conta que os criches também tem seu lado positivo de passar uma mensagens).
    Cameron abordou questões como a inclusão do deficiente físico na sociedade, sendo útil para uma causa; o respeito as tradições e costumes dos povos, mesmo sendo diferentes do modelo universal imposto (os brancos caucasianos); a natureza como a gestora dos seres-vivo, entre outros temas. Outro cliche interessante é quando ele abordou a questão indígena, tanto americana, quanto dos povos da Amazônia. O filme torna-se uma mea-culpa quando ele cria seres com aparencia dos índios americanos, que foram expulsos das suas terras para dar lugar ao "desenvolvimento" dos EUA, utilizando-se da violência como forma de persuadi-los a deixarem seu "local sagrado". A ligação com os povos da Amazônia é feita pela própria floresta onde os Na´vi vivem. Floresta ao mesmo tempo sedutora e bela, mas também perigosa.
    Até o verdadeiro papel do militarismo dos países do primeiro mundo é questionado, quando o exército terráqueo dá o suporte de remoção dos habitantes do local rico em recursos minerais (você já ouviu alguma história parecida ultimamente?). Isso, mais uma vez, lembra a história americana, quando o exército foi o instrumento utilizado para expulsar os nativos americanos ou subjulgar nações do oriente médio.
    Outra questão, que pode ser considerada até teoria da conspiração, é quando os terraqueos mandam os avatares conhecerem a cultura e costume dos na´vi, para depois conquistá-los. Isso lembra algo como os missionários e ongs estrangeiras na amazônia e em outras partes do mundo?
    Bom, o filme traz várias mensagem subliminares encobertas por uma fantástica tecnologia 3D (para quem assistiu neste formato) e um visual enebriante, que deve servir de parametro para as próximas produções cinematográficas.

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