sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Marcelo Ariel

A ausência de um contestador como Plínio Marcos é mais do que lamentável, estivesse vivo certamente seria capaz de escrever uma peça digna sobre os sem-terra, o fascismo light dos partidos populistas e a mentira do "crescimento econômico", é lamentável também que uma imprensa composta por orgãos privados que prestam o serviço de assessoria para os governos e não consegue ser a tribuna das discussões dos problemas humanos do nosso tempo, uma imprensa que se omite de criticar os poderosos, provinciana e que vive do "cortar e colar", tenha a cara de pau de dedicar uma página inteira para uma matéria sobre os dez anos da morte do Plínio Marcos, no fundo a hipocrisia reina nas redações (e não apenas nos gabinetes do poder).

Porque esta mesma imprensa negou espaço para o Plínio quando ele era vivo e se ofereceu para escrever nela e se não me engano apenas uma revista (a Caros Amigos) e um jornal (O Jornal da Orla) ofereceram espaço para o Plínio. O que vemos hoje é essa impresa chapa-branca cinicamente falando na importância da obra de um artista que quando estava vivo e atuante, ela fazia questão de ignorar, pautando apenas a estréia de suas peças na cidade sem dar voz ao seu pensamento urgente e contestatório através da publicação de seus artigos e crônicas. Plínio Marcos como Nélson Rodrigues era uma flor da obsessão pela vida cotidiana ou seja pela vida no entorno dos gabinetes e das redações e se estivessem vivos hoje seriam os primeiros a condenar a situação do jornalismo, principalmente de um jornalismo cultural feito "nas coxas", provinciano, preconceituoso, obscurantista e burro como esse praticado na Região do Litoral Paulista e no Brasil.

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