domingo, 6 de setembro de 2009

louren_101

Por Marcelo Ariel

Ontem no Tarrafa Literária, feira literária organizada em Santos-SP, evento nos moldes da Flip e congêneres, Marcelo Mirisola e Lourenço Mutarelli (foto) discutiram sobre as relações entre a ficção e a mentira, mediados pelo homem do sofá branco José Luiz Tahan, organizador e produtor do evento. Mirisola auor de O azul do filho morto (Ed.34) e Mutarelli, autor de O cheiro do ralo (Ed. Devir) se divertiram um pouco, embora estivessem um pouco nervosos no início, talvez por causa da semelhança do mediador José Luiz com o apresentador Fausto Silva, mas isso é um impressionismo vago da minha parte. Não sei por que o evento se chama Tarrafa, talvez por causa da proximidade simbólica no Brasil entre vender livros e peixe na feira, mas voltemos ao encontro entre os dois autores. Mirisola como sempre jogou uma luz sobre o vazio, que aqui no evento está no lugar do horror, o horror, o horror do Coronel kurtz (leiam a novela O CORAÇÃO DAS TREVAS de Joseph Conrad e entenderão a essência deste e de todos os eventos literários). Mutarelli estava bem calmo e até contou piadas, Mirisola ainda condenado ao Mirisolamento cuspiu um pouco de fogo e se lembrou do Juliano Pessanha e do Gombrowicz, o que quase salvou a noite. Para mim este tipo de evento só tem sentido quando escala uma figura como o meu Xará Marcelo Mirisola, que está cagando e andando para o meio literário e para a literatura, na verdade ele é uma figura difícil de definir, definitivamento um apóstolo do Não segundo suas próprias palavras e a um passo da nadificação. Mutarelli, por sua vez, está se dando bem no cinema, fará o papel principal do filme baseado em seu romance O Natimorto em que contracena com o seu sintoma, leia-se a literatura. Ainda sobre o evento senti falta da inclusão do Ademir Demarchi entre os participantes, ele publicou o livro OS MORTOS NA SALA DE JANTAR pela Realejo editora do organizador do evento, entendo que a curadoria de eventos desse tipo é sempre um pouco limitada e que o organizador tentou fugir do caráter regional e etc... Mas é justamente aí que as idéias não se relacionam com os fatos, fica difícil entender por que o evento se chama "Tarrafa Literária".

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