terça-feira, 23 de dezembro de 2008

por Soraia Melo

quiloaA forma como o povo se expressa e preserva, por meio dos mitos, lendas, danças e manifestações suas crenças e valores comuns compõe a concepção de cultura popular do maior folclorista brasileiro, Luís da Câmara Cascudo.

Suas andanças e papos pelos variados Brasis o tornou um importante conhecedor das maneiras que o povo encontra para valorizar sua história e cultura. Cascudo acreditava que a memória é a imaginação do povo, mantida comunicável pela tradição e por meio do tempo.

O grupo Quiloa de Maracatu nasceu na Baixada Santista, em outubro de 2003 e de lá para cá vem se esforçando para seguir caminhos percorridos por aqueles que vêm no maracatu, assim como em outras manifestações da cultura popular brasileira, um meio de fazer compreender as influências afro-brasileiras em nossa cultura e não apenas reforçar esteriótipos folcloristas, lembrados apenas no dia 22 de agosto.

“Fazemos maracatu por gostar e nos identificar com esta manifestação. À nossa maneira trazemos a tradição do Maracatu Nação, assim como o mestre do Porto Rico, Chacon Viana, conduzindo o baque a partir de nossas referências e pesquisas com o objetivo de formar não somente percussionistas, mas um grupo preparado para a relação com os instrumentos, pessoas e principalmente com a nossa cultura”, explicou Felipe Romano, responsável por coordenar o Quiloa.

quiloa2Fotos: Arthur Alonso

Formado por educadores, músicos, atores, biólogos e engenheiros, entre outros profissionais que pesquisam os baques e a história desta manifestação centenária oriunda de Pernambuco, o grupo Quiloa tem como principal referência a Nação de Maracatu de Recife, a Nação Porto Rico.

Além dos tradicionais instrumentos do Maracatu como as alfaias, abes, ganzás, gonguê, caixa, tarol e timbau, o Quiloa carrega em cada ensaio e apresentação a beleza e energia do batuque que conta, por meio de loas (canções), as histórias e referências dos orixás.

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