domingo, 15 de junho de 2008

Por Alessandro Atanes

Li o senhor escritor-sertão Ricardo Guilherme Dicke depois de ter voltado de Mato Grosso. A bagagem trouxe O Salário dos Poetas (2000), uma leitura que durou praticamente ano e meio. Difícil mas copensador para o leitor e, para a literatura, bem, para a literatura, sei lá, que eu sou só repórter.


Agora encontrei Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre (2006) no Espaço Alberico, em São Paulo, num dia em que comentei sua obra com o amigo Flávio Viegas Amoreira a caminho do Sarau o Benedito.

Pergunto ao autor:
Muito pouco vi suas 12 obras em livrarias. Uma encontrei na loja de brindes do Mercado do Porto (não é esse o nome?), em Cuiabá, editada com incentivo público estadual. Depois de já ter tomado conhecimento e até requisitado logo após o lançamento, só obtive o mais recente semana passada. Sua obra é má distribuída ou sou azarado?

Pausa: Pode-se ler Toada do Esquecido como se fosse uma perseguição?

Pausa: Os dois livros acima foram publicados num espaço de seis anos. Há diferenças significativas entre estas e histórias de outros momentos de sua escrita?

Pausa: Por favor, apresente Barahonda, o general do Chileruguay exilado na zona rural de Cuiabá.

Pausa: Quanto vale o salário dos poetas?

Pausa: Na Toada o rádio da kombi em fuga que atravessa os campos queimados capta dezenas de emissoras, nenhuma música, só informação. O mundo periga de ficar como a kombi ou isso passa?

Arrisco dizer que a leitura dos dois livros exala uma ética antieconômica, a favor do que não tem preço. Como não têm preço as formigas de Manuel de Barros na escala das reduzidas coisas do mundo, enquanto a escala de sua escrita é a dos céus do cerrado.

1 comentários:

  1. Oi Vocë conhece o Dicke? Gostaria que fizesse as perguntas chegarem ate ele? Sou reporter do Diario de Cuiaba e editor da segunda edicao do Deus de Caim. Voce conhece o livro? Posso te mandar um caso interesse, custa 22 reais mais postagem.

    Posso te adiantar que eh extraordinario. Ele ganhou o almap em 1968 com este livro. No juri: Guimaraes Rosa, Jorge Amado e Antonio Olinto.

    Abraco,

    Claudio Oliveira

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